sexta-feira, 19 de agosto de 2011

À rosa mais bela que já avistei

Uma Rosa

Por várias e longas estações,
                Quedou-se vazio o meu terreno.
                                   Não houve ali as tentações
                                                     Que o tirassem do estado sereno.



Agora, neste nosso inverno,
               Surgem em minhas terras ramos lindos...
                                  Trazendo ao mundo o que era interno,
                                                         Tornaram-se eternos os tempos findos.



E qual terreno, senão meu peito,
                        Será o mártir que agora respira,
                                          Ao sentir o perfume perfeito
                                                         Da linda rosa a que ele aspira?




(Dinho, eu mesmo - 08/2011)


sábado, 13 de agosto de 2011

À solidão



Um olhar, um contento;
Uma palavra, um alento.

Um desprezo, um tormento;
Um afago, renascimento.



(Dinho, eu mesmo - 08/2011)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Homenagem a um objeto da vida

A livre

Serei teus olhos,
Pernas e braços,
Teus poros.

Serei teus prantos
E encantos,
Teus espantos.

Serei teu alívio,
Teu suplício,
Teu viver.

Serei um alguém,
Um você,
Ou um qualquer.

Serei teu homem,
Uma filha,
Tua mulher.

Serei coisa fácil,
E moleza,
E carne dura.

Serei ora ágil,
Ora complicado.

Mas do mundo,
Comigo, terás
Múltipla leitura.
Porque sou o livre.


Dinho, eu mesmo - 08/2011