Embora não se possa confiar no futuro,
Porque este é sempre imprevisível,
Sou eternamente sonhador;
Sou desejoso e não durmo sem antes fantasiar uma vida
inexistente...
Embora não se possa ressuscitar o passado,
Porque este
não volta senão na forma de dejavú
(com ilusões nossas ou alguém vivendo – assim
cremos – o que um dia vivemos),
Sou eternamente
nostálgico; olho sempre
para trás, a resgatar minha inocente infância e torná-la infinta.
Embora não
se possa evitar o presente,
Senão por
meio da autossupressão da vida,
Estou sempre
tentando um hiato entre o que já se foi e o que pode não vir;
Estou efetivamente
vagando entre dois tempos longínquos, mas sem por
os pés na era que a eles me une.
Sou nostálgico
sonhador,
Mas também
sou um sonhador nostálgico.
No entanto,
evito e sempre o que agora me existe...
(Dinho, eu mesmo - 09/2008)