quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Resultados

O mundo agora se rebela
E todo mundo agora apela.
O que antes eram lucros
Agora são sepulcros.


A cada ser, uma posição;
E a esta, um limite de ação.
Mas o bípede, com sua inteligência,
Extrapolou essa lei, regido por sua negligência.

Como pássaro, ele singra os céus;
Como peixe, também os oceanos.
Como minhoca, chaga a terra;
E como vulcão, impregna os ares.

E os trata como simples réus,
Limitando-os há mais e mais de cem anos,
Com uma injusta e podre serra,
Que são seus gostos, inventos e males.

Por uma pedrinha, abre-se uma mina.
Com a mina, a ganância que contamina.
Pela gana, abrem-se estradas, matando a mata.
E tudo se estraga sob uma natureza que se mata

Mas, como nada é em vão,
Tem-se agora a inesperada resposta.
Fúrias dos céus, dos mares e do chão
Chegam de cima e de baixo, à frente e às costas...

(Dinho, eu mesmo - 10/2013)

Ainda aprendendo

Aprendi a não temer à morte.
Aprendi a encarar as dores.
Aprendi a não contar com a sorte.
Aprendi a não esperar os amores.

Aprendi a ser paciente.
Aprendi a não chorar.
Aprendi a não ser exigente.
Aprendi a não reclamar.

Aprendi a ser mais concreto.
Aprendi a ser (mais) racional.
Aprendi a ser (mais) discreto.
Aprendi a não ser (tão) banal.

Aprendi tantas coisas e algo mais.
Aprendi a pensar em dizer.
Mas não aprendi a ficar em paz.
Nem aprendi a deixar de morrer...


(Dinho, eu mesmo - 10/2013)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Um breve poema aos Quatro Ventos

Um breve poema aos Quatro Ventos

Quando as lágrimas se excedem aos olhos,
É que as chaves se lhes mostram aos molhos

E as chaves ou serão do Portal dos Desesperos
Ou serão do Portal da Eterna Felicidade...

                                                           (Dinho, eu mesmo - 10/2013)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Outrora que me venha agora

Se me perguntassem o que mais quero agora,
Responderia eu  que muito quero o que tinha outrora:
Pureza no coração e niilismo na cabeça.

Se me perguntassem o que agora me aflige,
Responderia eu: a inconsistência do amor que me atinge.
E desejo: que o outrora logo em breve me aconteça.

                                                                     (Dinho, eu mesmo - 10/2013)