E todo mundo agora apela.
O que antes eram lucros
Agora são sepulcros.
A cada ser, uma posição;
E a esta, um limite de ação.
Mas o bípede, com sua inteligência,
Extrapolou essa lei, regido por sua negligência.
Como pássaro, ele singra os céus;
Como peixe, também os oceanos.
Como minhoca, chaga a terra;
E como vulcão, impregna os ares.
E os trata como simples réus,
Limitando-os há mais e mais de cem anos,
Com uma injusta e podre serra,
Que são seus gostos, inventos e males.
Por uma pedrinha, abre-se uma mina.
Com a mina, a ganância que contamina.
Pela gana, abrem-se estradas, matando a mata.
E tudo se estraga sob uma natureza que se mata
Mas, como nada é em vão,
Tem-se agora a inesperada resposta.
Fúrias dos céus, dos mares e do chão
Chegam de cima e de baixo, à frente e às costas...
(Dinho, eu mesmo - 10/2013)
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