sexta-feira, 29 de abril de 2011

Binóculos

Tenho meus óculos sobre a estante
E tenho meus olhos sobre a poltrona.
Estes daqueles não saem um instante,
Pondo meu eu à imagem matrona.








Por eles sou o que sou: um normal:
Que não pode a vida sem suas lentes;
Que não pode ser vivo sem canal;
Que não pode excetuar-se das gentes...






Tenho meus olhos e tenho meus óculos,
E, através deles, um  mundo feliz,
até que alguém me ofereça binóculos.










Então revejo tudo o que não fiz,
E meus regalos em tão falsos rótulos.
Agora, veja, sou louça... sou de giz...

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