Lixo?
Uma casca de banana maltrapilha,
Que adormece e sobrevive na sarjeta.
Não tem pai nem mãe, irmãos, avós ou filha.
Limpa pára-brisas por uma gorjeta.
Tiraram-lhe as ruas a sua essência,
Transformando-a em lixo sem qualquer casta.
E disso os transeuntes não têm ciência.
Não há sequer uma alma p’ra dizer “basta”.
A primeira estrofe é qualquer humano;
As outras falam do que lhe acontece,
Tal qual dia tão feio um podre burguês
Humilhou e pisou no pobre fulano.
E, falando tão baixo quanto uma prece,
“Pisei e pisaria mais uma vez”.
“Pisei e pisaria mais uma vez”.
(Dinho, eu mesmo - 02/2011)
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